sábado, setembro 07, 2024

 

O tempo só passa.

Goza na cara, e trespassa.

Absorve do passado e para o futuro, e não diz nada.

E o mundo é o mesmo, a mesma fachada...

sábado, dezembro 31, 2022

É tempo do Adeus ao tempo

O tempo que temo não é meu
nem teu nem de ninguém.
O sol que olha a sombra
onde me deito e quero permanecer...
até anoitecer
e entorpecer a minha mente.
É da gente e não é de ninguém.
Definitivamente...
Não é meu.

Dispo-me de exigências.
Arregaço as mangas da camisola de fato de treino
que está rota no sovaco.
Disponho todas as molduras da pior forma possível,
desalinhadas e deixo as dedadas.
Desde que as consiga ver e
contemplar o propósito de as ter...
já é bom!

Deixo cair o telemóvel mas ainda funciona
e dá para ver a tua mensagem.
Já é bom!

Dizes que na quinta vamos ao sushi
mas hoje é terça e apetece-me um abraço
e uma palavra de apreço.
Mariquisses que se calhar nem mereço.
Parvoíces,
pois eu sei bem que me aprecias
e me admiras.
Mais que eu, mas isso já são outros quinhentos.
Já é bom!

É bom dizer que não ao tempo
e às expectativas.
Enterrar as visões nostálgicas e olhar o passado com um sorriso que é só meu.
De ternura mas também de adeus
Como quem guarda na gaveta o papel da garantia.
Sabes onde está e sabes o que diz
mas não precisas mais dele.
A menos que quebre...

Mas não vai quebrar mais.
Já está bom!

Um grande adeus ao que lá ficou
e me atrasa e entorpece...

sábado, setembro 23, 2017

Peso morto

Se nos resumirmos a estar, ou a deixar estar simplesmente, corremos o risco de vermos o nosso mundo passar-nos ao lado.
Sem quaisquer respostas para o que no nosso interior se procede à génese. Para o que sonhamos, porra! Até para um tímido peido num autocarro apinhado. Quero dizer com isto que não sou nem quero ser um mero espectador deste fast-foward. Tenho de me manter actualizado com todas as maroscas (ou pelo menos algumas) que me tiram qualidade de vida.
Meninos de cascais que nunca jogaram matrecos decidem o meu orçamento de estado. Gente incompetente, sem cursos, penteados pela mãezinha até aos 30, levantam o queixo na minha assembleia da república para ladrar palavras de ordem que só ecoam para além da parvoíce porque as pessoas deixam! Será que não somos uns parvos por não entendermos que esta gente percebe tanto do nosso futuro como o Futre percebe de cowboyada a três? É tudo marketing!
Está tudo maluco. Temos pivôs histéricos na televisão pública que só faltava tatuarem o número de conta das seychelles na testa, enquanto falam da dívida pública;
Temos de tudo! Temos todo um mundo de coisas estranhas a acontecer mesmo por baixo das nossas barbas e precisamos de as questionar!
Há quem não queira que as coisas mudem e eu também não quis sair do útero da minha mãe, porque estava quentinho. Mas tive de sair, e com 4.5kg de força tenho agora o direito a dizer umas coisinhas!
Que se fodam as boas maneiras, e que se fodam aqueles que querem manipular a verdade.
Está na hora de crescermos gente séria e pensadora. Gente que se preocupa com o seu futuro e a sua semente. Gente que não mente. Está na hora de mudar alguma coisa, nem que seja uma coisinha.
Para que os nossos tenham um futuro um bocadinho mais honesto que este.
E tudo isto começa com o sentido crítico. Dizer que não. Não é só em casa junto dos nossos, é também no trabalho junto dos outros. Aqueles que geralmente estão calados. Se calhar também partilham, mas se assim não for podem opinar e com a discussão fomentar mudança. Seja de esquerda ou de direita o que brilha advém do lustro.
O lustro é a acção.
O bem estar advém do compromisso entre promessa e conclusão.
E o que ofusca tem cor sombria, a virar para o castanho. Tem cor de fundo de sanita, gambas com picante.
O que ofusca são as manhas e a falta de verdade, não é mais nem é menos, nem mesmo a cor da merda.
O que ofusca é o refúgio das pessoas no prazer imediato.
O que ilude e nos atrasa são as distracções que nos impingem. Não notícias que nos prendem e discussões que nos fixam uns contra os outros.
O que ofusca é um marketing muito bem delineado, bem programado.
Para que todos e qualquer um... tenha o papel principal... na sua auto-destruição.
Eu aqui apresento a minha: uma nota que diz: "há outro papel por baixo da mesa do stor" que diz: "lê com atenção o que diz o manual de soldadura na página trinta e cinco" e essa página começa com uma referência às propriedades do aço que dizem: "Existem muitos sistemas de medição utilizados para definir as propriedades do aço. Por exemplo, limite de escoamento, ductilidade e rigidez são determinadas por meio de teste de tração". Ora, o limite de escoamento da paciência foi atingido faz algum tempo (temos estes números em unix timestamp se alguém precisar). Diz o manual que "A relação entre a deformação e a tensão é uma medida da elasticidade do material" e diz muito bem!
Temos cada vez mais um país deformado cheio de gente que engole em seco. Lá está, elasticidade do material.
"O elemento ferro é encontrado na natureza fazendo parte da composição de uma grande diversidade de minerais, entre eles muitos óxidos, como por exemplo, o óxido ferroso" mas também pode ser encontrado na assembleia da república, que dirige, sendo esta a maior mesa redonda de crime organizado contra a população portuguesa.
Ok, divagação.
Estamos mal mas se calhar é porque não nos estamos a esforçar o suficiente!?
Eles todos não precisam de se esforçar muito para terem um equilíbrio. Onde está o nosso? - o meu está nas pessoas do meu coração.
Sem elas, sou um peso morto.

quinta-feira, dezembro 01, 2016

Retribuir

Porque é que tentamos sempre evitar que o melhor amigo fique longe de nós,
ou que fiquemos longe da nossa mãe numa situação de aperto,
do nosso pai quando ouvimos o ronco daquela moto pela primeira vez.
Corremos a seguir ou pedimos que nos sigam para que a vida faça sentido,
junto desses que nos completam. O caminho só é bonito se connosco trautear alguém.
Há todo um circulo que influencia a nossa vida, tal qual força gravitacional.
Mas quando nos vemos sem companhia, às vezes no meio de uma multidão, julgamos
necessariamente que estamos sozinhos. E esquecemos, tantas vezes esquecemos...
Que temos a única companhia que nunca nos largará:
A que não precisa de futuro, até hoje, do presente, no que foi e do passado, quando é.
A nossa.

É quando me vejo com companhia que tenho mais medo de estar sozinho.
De me esquecer ou diminuir, de esquecer de me retribuir.

Nunca o que pensaste

E se daqui a algumas décadas, nos confins do teu leito, o mundo te parecer claro e simples,
quando já não tens nada a perder, quer dizer que viveste bem e pleno do teu potencial.
Podes ressentir um perdão que não foi dado, está perdoado, ou uma viagem por fazer,
há que dizer, mas quando é clara e simples é longa e exemplar. É percurso para ficar.
No final o que conta não são as contas, são os sorrisos que tivémos para mostrar.
Se daqui a alguns anos, nos meandros da recordação, surgir o amor da tua vida
terás tempo para mais. Se olhares para trás sentirás.
Viveste o que viveste e nunca o que pensaste.

sexta-feira, novembro 13, 2015

Toca a acordar

Olá, tu que dizes que o governo te engana.
Olá, tu que dizes que são todos a mesma coisa.
Olá, tu que deixas os anos passar... e perdes o sonho.
Olá, tu que votas sempre no mesmo, como se de um clube se tratasse.
Olá, tu que achas o que lês e o que vês.
Olá, tu que só pensas até à zona de conforto. Até onde achas que é aceitável estar, porque todos os outros estão.
Olá, tu que és bombardeado com prazeres de fácil e rápido acesso, que te denigrem e põem em causa a imagem que tens de ti, retirando-te poder de escolha, sentido crítico e qualquer sentido que vá contra corrente.
Olá, tu que navegas pelas redes sociais e és inundado por artigos de opinião sempre virados para o mesmo lado, defendidos pelo argumento oportunista e descontextualizado: "são artigos de opinião, não tem de ser imparciais". São artigos de 20 opiniões para uma, por vezes nenhuma, em cada jornal. Até aqui os media TEM de ser imparciais e não são.
Olá, tu que talvez não tenhas percebido que existe uma guerra silenciosa dos senhores do poder contra o livre-arbítrio, onde os políticos são meros batedores, equipas alfa.
Olá, tu que vês o telejornal como a transmissão de notícias de forma clara e limpa, quando é tudo menos isso. São as armas nucleares do inimigo que hoje dita o que se diz ao povo. E não me venhas com histórias que estamos na era da internet e todos nos podemos informar. O que o povo conhece é o que o povo vai procurar - o público, o expresso, o sapo e afins. E esses, meus caros, são tão plurais como o lince ibérico. As notícias já são um pré-fabricado das americanisses que a europa tanto jubila e como se isso não fosse suficiente, colocam-se 20 sujeitos de direita e 2 ou 3 de esquerda, para não parecer mal, a debitar sujidade nos murais da nossa gente. Por muito bom filtro que se tenha, após anos de exposição o interior degrada-se.
Olá, tu que tens medo da mudança.
Olá, tu que existes mas tens medo de viver. Que preferes o menos mal à alternativa que desconheces.
Olá, tu que não arriscas nem petiscas e não deixas mais ninguém arriscar.
Olá, tu que ficas em casa e argumentas que és contra o sistema político e é preciso uma alternativa. É mais fácil baixar os braços, abdicar do dever de voto e passar mais 4 anos no queixume do costume. Ou então cuspir para o ar imundices como "eu não disse? são todos iguais" enquanto se veste a camisola que diz em tinta invisível: "abdico de remar mas opino sobre o rumo do barco".
Olá, tu que não leste sobre o capitalismo nem o papel principal que lhe está associado na opressão sobre os direitos do homem e na destruição do planeta onde nasceste, nem tão pouco sobre a sua curta esperança de vida. A criação de dinheiro virtual, juros associados e propriedade de tudo e todos é incompatível com a realidade dos recursos de que dispomos e, num futuro proximo, a bolha rebentará de vez. Talvez se esteja a fazer tempo para depois fugir para marte.
Olá, tu que dizes que o governo te engana mas há tanta gente a enganar-te. Sai desse conforto e dessa anestesia epidural. Questiona o que te mostram e quando to mostram.
Olá, tu que és contra os refugiados porque a opinião pública já está formada e diz que o árabe ou o islamita é um monstro. Na realidade não é. É um ser humano como tu, com diferenças na pele e na crença, na cultura e na experiência. Com emoções e sonhos, com os mesmos propositos - viver, sonhar e constituir família. A imagem global, cada vez mais colorida, desse monstro do islão provém de duas fotografias: a negra e REAL deixada pelo auto-intitulado califado, que não passa de um punhado de bandidos de meia tijela, que se aproveitou das armas e treino fornecidos pelos EUA numa tentativa ilicita de um golpe de estado na Síria (não correu bem e saiu-lhes o tiro pela culatra); a sombria e FABRICADA pelos israelitas de um povo que é massacrado há 50 anos - os palestinianos. Escusado será dizer que EUA e Israel comem na mesma mesa e dormem na mesma cama. E escusado será dizer que são a causa de 99% de todas as guerras mundiais e sarilhos que destas advém. Olhemos para a "democracia" deixada no Iraque, ou para a "libertação" levada a cabo no Vietnam. Melhor, tu que foste além dos filmes de Hollywood e sabes umas coisas da 2ª guerra mundial, lembras-te da posição neutra dos EUA até o Japão cometer a infantilidade de os atacar directamente em Pearl Harbour? Fossem os japoneses menos destemidos e talvez o Hitler tivesse vingado. Os EUA não foram libertadores, baixaram a berguilha porque surgiu a vontade de fazer xixi.
Ainda em relação à Palestina, e no seguimento do final da segunda guerra mundial, talvez por sentimento de culpa ou por pura estupidêz, foi criado o estado de israel pelas nações unidas (organização politicamente dominada pelos EUA e UK). Circundava a Palestina, um país milenar, outrora dominado pelo império otomano e depois pelos britânicos e heis a chave de tudo! No início do século 20 e com o pretexto da libertação das garras do império otomano, os britânicos, mais uma vez, fustigam uma área com a sua crueldade, interesses e impunidade. Privado de soberania, a Palestina estava nas mãos desta gentalha, uma espécie de Remax em escala global. Foi o tempo do vale tudo, em que se conquistava terreno e não se ligava a quem lá estava (os mesmos que hoje impõem sanções contra a Rússia por anexar uma região cujo povo é maioritariamente russo/pró anexação).
Depois da criação do estado de Israel em 1947 através de um acordo da UN totalmente engendrado pelos britânicos, o seu território espandiu-se como um cancro num doente terminal. Questiono-me todos os dias como é que a comunidade internacional, tão vinculada aos direitos humanos e tão intransigente quando estes são atacados, tem vindo a permitir meio século de apartheid a olhos vistos. Será porque os media conseguem fazer mais notícia de um soldado israelita morto por alguém cuja familia foi chacinada do que 20 crianças palestinianas decepadas por bombardeamentos "estratégicos" e recorrentes? Ou será pela mesma razão que Israel existe - compra de terreno como se de uma propriedade se tratasse? Será que há forma de comprar o silêncio dos inocentes? Parece que sim.
E ano após ano, israel aumenta e a palestina, que não chega a ser reconhecida como país, diminui. E todos falam, nas suas fatiotas, que a paz tem de ser alcançada enquanto observam, das suas janelas de cristal, os tanques que pisam as casas de quem lá mora para, ilicitamente, criar a casa de mais um colono. Sobre sangue e suor estendem-se as carpetes compradas com silêncio e compactuação de uma união europeia que nunca chegou a significar esperança, apenas um dossier de regras que junta e alicía países na formação de um gang terrorista - A maior rede criminosa de todos os tempos.
Olá, tu que ainda aqui estás e te questionas: afinal que merda é esta? estás a tripar? Nem por isso. Por vezes os filmes diluem-se com a realidade e as teorias da conspiração começam a fazer sentido. E há tantos factos provados hoje em dia derivados da coragem de certos indivíduos cujo raciocínio era totalmente diferente dos demais. Os pilares da nossa sociedade foram erguidos em areias movediças e as restaurações apenas visam o visível e o imediato. Seguiremos um caminho atribulado durante muito tempo. Demasiado.
Olá, tu que em tempos tinhas mente crítica e agora só queres a tua paz. Porque a luta já não é tua ou foi o cansaço e o mudar das fraldas que te mudaram.
Olá, tu que estás e vais estando enquanto não assumes o que és.
Olá, tu que diferes de mim em biliões de características mas consegues, de alguma forma, entender a minha dor.
Olá, tu que fazes parte de uma família, de um grupo e até de um clube, não farás também parte de uma sociedade que precisa de se entender para criar um novo futuro?
Olá, tu que te abres ao movimento.
Olá, tu que não queres ainda dizer adeus.
NWBZ02

domingo, dezembro 14, 2014

Definição de amor

Se é abdicar do eu? É, parcialmente.
Passei a sorrir por dois e a sofrer duplamente.
A usar saias e collants e pensos
uma vez por mês.
Abram alas que somos dois...
electrões de hidrogénio.

Quando brilhas estou menos mal, mesmo a morrer.
Serei eterno se findar perto de ti,
com a tua mão sobre mim ou um sorriso
ampliado à luz das nossas velas baratas, ao serão.

Esperando nada nem um pedaço, pois então.
O teu brilho engole a sombra do monstrinho
que eu criei.
Que me quer meio e me corrompe e
venera o exagero.

Serei eterno se findar no teu olhar.

Divago enquanto sinto quando te toco,
ao retratar um ramo velho que já quebrou
voltar à árvore que em tempos o acomodou
e dar um fruto já tardio... mas não interessa,
não temos pressa.

E se o amor não for suficiente?
Os princípios são as pernas da nossa mesa.
Dois são meus e dois são teus.
As flores no centro retratam a fragilidade do compromisso
e a toalha um manto de tolerância que se gasta vida fora.

Há um pinhal repleto de sonhos e oportunidades,
onde se valoriza o inspirar.
De ar e todas as coisas boas que temos para desfrutar.
Não há turvos pensamentos nem há decisões arriscadas, por lá.
Só nós.
Num sofá bem de frente para a vida:
Sofrida, sentida e compreendida.

Serei eterno se rimar com o teu olhar.











sábado, novembro 01, 2014

Amor


Se o amor me for fiel
escreverei sobre isso. E não me resignarei
à impossibilidade de descrever paixão.

Faz falta à rotação da Terra
que haja amor.

Reúno a minha roupa e saio nu
Nessa praça de ideias cavas.

E esboço acanhado troço
mil linhas do amor do moço
vão formando uma bandeira.

Encarnada do amor e
de tréguas vai sendo branca.

Nessa praça de ideias cavas
dessa guerra que só tu travas
a ilusão é alavanca.
Porque eu sei o que só eu sinto
os outros é gente estranha
é por vezes brilho que entranha
neste caustico labirinto.

Não assumo que o amor é a continuidade do que, conscientemente, eu faço para me sentir feliz.
Não assumo que o amor é algo que se controla.

Amor é consequência.
Amor é uma doença que não espirra, sorri.
Doi e consome
e respira de ti o que há para expirar.

Não guarda nem reserva
E usa-te no pleno.
Faz-te velho e feliz
E justifica o oxigénio
que consomes.
E o teu impacto num mundo puro e de instinto.
É pelo amor que nascemos e é para o amor que vivemos
Nada mais.

Amor é respirar.
Amor é ser.