Porque a inocencia já se afogou
Nao volto a falar de amor.
A volátil fragilidade da entrega
morreu em curtos compassos
de uma musica que foi aventura:
Onde em vez de nos descobrirmos
Alcançámos algo perto de amar
E quando hoje, queremos amar
Encontramos algo perto de ser.
Vivemos ao contrário
Quando o mundo é linha recta.
E agora, nao mais que um circulo
Testamos remendos, vendemo-nos ideias.
A saliva torna-se ácida e banal
simplória e sentimental.
Nao nos permitimos redescobrir, reinventar,
esquecer. Tudo se assemelha a algo
E nunca algo será o tudo.
Somos projectos cansados, batidos
Somos crianças vividas, sem paz.
Somos crosta de ferida mais ou menos
dolorosa, bem ou mal sarada,
mas somos.
Nao nos estamos a criar
Estamos apenas a descobrir a ler
da forma que fomos escritos
e finalmente a perceber
que o tempo já passou, ja findou
esse tempo de nos inventar.
("Deixa-te levar pela criança que foste" - José Saramago.)
(O coraçao é uma criança mal comportada
que já só pode brincar na rua
com supervisao do cérebro.)
4 comentários:
Porque apenas nos faz falta aquilo que nos completa e o amor vai além disso, sem espaços a preencher porque é tudo e o tudo nem sempre se v?, o tempo é o que fazes nele e existe sempre um lugar... para ser criança e crescer.
nem sempre uma árvore tem espaço para crescer, raizes para desenvolver em terraços de betao, nem sempre.
nem sempre o tempo é só o que fazes dele, mas tu serás sempre o que ele faz de ti.
e esse lugar torna-se dificil gerir, nao me recordo onde fica, vou-me esquecendo. perde-se o mapa e só lá chegamos por mero acaso, mas nem sempre.
(peco desculpa pela falta de alguma acentuaçao neste blog)
Quando a vontade e a determinaç?o dominam, o nem sempre surge depois do tentar; quando nem isso acontece, perde-se simplesmente.
ps- andas a dominar as letras :)
"inocencia é nao pensar"
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