"Espera que te ouça
Espera pela tua vez."
É o que se ouve
e É o que se vê.
Nunca mais se ouviu o povo
nem a criança chorar de fome.
O especialista que sabe fazer
ou o jovem que saberá.
Ouve-se a troika, ouve-se o metal
das moedas a cair.
Para que bolso?
e Para que prato?
Onde está o fruto do meu país
que eu não vejo?
Onde está, afinal, o meu país?
Abre os olhos e cuidai
do que resta e do que presta.
A obrigação é nossa
de sair e recuperar
Dos derrames desta fossa.
Grita-se e esfola-se
e chora-se.
Mas não se muda,
Só se afunda.
O futuro está na urna,
e bem entranhado em nós.
O futuro é só o eco
do que diz a nossa voz.
Só não pode quem não vê
e não vê quem não pode
o lixo que nos deixa triste
neste país que quase explode.
Houve um dia em que sorri
já há muito, muito tempo.
Foi o dia que assisti
Ao passado em que vivi
e o dia em que nasci.
Outros tempos já foram maus
e o vento soprava forte.
A chuva também caiu
E o acordar já então custava.
A mudança é tão normal quanto as estações.
A revolta é proporcional à repressão.
Portugal vai voltar a ser.
Filipe Costa Campos
1 comentário:
mas não comigo
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