sábado, novembro 23, 2002

Folha branca

A angustia de deixar uma folha em branco deixa-me doido.
Quero escrever, e escrever até que mais folhas năo hajam, e ai escreverei nas paredes, nos tectos, nos parapeitos e até na alma.
Quero traçar momentos e miragens, descrever paisagens.
Carimbar sorrisos e olhos ternos, emoçőes tristes que passam na rua.
Quero desenhar esta cidade que me rodeia com brilhos de tudo o que nela sinto, e muito mais.
Deslumbrar além do solo, além dos corpos, contemplar além da alma e além do céu, e escrever..
Escrever até mais năo poder, até que as folhas deixem de ser brancas para conter o tudo.
Que as paredes sejam estranhas pois brancas năo serăo, e todos os tectos e parapeitos.
E quando năo posso ou năo me permito é como que se morresse.
Năo imaginas,
Olhar-te nos olhos e saber, sem conseguir descrever..
Sentir a perfeiçăo pela janela e dizer adeus, esquecendo..
deixando as folhas brancas
folhas brancas, folhas lisas..
como a vida.