quarta-feira, novembro 14, 2007

O tempo já passou

Horas, minutos e até fracções.
Todos iguais
exageradamente inócuos.
Passo na rua disfarçado de um ser que não sofre,
que não vive e somente se degrada.
Vou passando ansiando diferente sorte
sem que o tempo ou suas malícias se dignem a sussurrar
enaltecendo uma qualquer sinapse que me faça sentir.

Engulo poções etilenas em porções pequenas
de antídoto para a existência.

Anos, meses e até dias
todos iguais.
Monótonos e fatais.
Incutem-me a mais decidida vontade de
esperar uma só hora para ver
e decidir...
se vale a pena ficar
ou partir.

Décadas, séculos e até milénios...
Novos universos criados.
O tempo deixou de ser meu amigo,
passei por ele e não lhe falei.
O tempo brincou comigo
e eu simplesmente parei...
e não brinquei.

5 comentários:

psicotica disse...

"Time is an illusion that cannot be given." *

Nia disse...

Pois...e lá fora o tempo que chove em cima de nós.E o frio a enregelar o corpo e às vezes a alma que se encasula para se proteger...ou para proteger alguém...pelo sim pelo não,agarra o tempo.Melhor que isso:não deixes que ele te fuja.Vive.

Hugo Sousa disse...

Bem conseguido, começando pelo facto das rimas não serem forçadas. Gostei especialmente da rima no mesmo verso "engulo poções etilenas em porções pequenas", chega a parecer uma canção.

Abraço []

Anónimo disse...

Agradeço o interesse :)

Anónimo disse...

quando se brinca com a vida há sempre versos que se tornam corriqueiros.