Horas, minutos e até fracções.
Todos iguais
exageradamente inócuos.
Passo na rua disfarçado de um ser que não sofre,
que não vive e somente se degrada.
Vou passando ansiando diferente sorte
sem que o tempo ou suas malícias se dignem a sussurrar
enaltecendo uma qualquer sinapse que me faça sentir.
Engulo poções etilenas em porções pequenas
de antídoto para a existência.
Anos, meses e até dias
todos iguais.
Monótonos e fatais.
Incutem-me a mais decidida vontade de
esperar uma só hora para ver
e decidir...
se vale a pena ficar
ou partir.
Décadas, séculos e até milénios...
Novos universos criados.
O tempo deixou de ser meu amigo,
passei por ele e não lhe falei.
O tempo brincou comigo
e eu simplesmente parei...
e não brinquei.
5 comentários:
"Time is an illusion that cannot be given." *
Pois...e lá fora o tempo que chove em cima de nós.E o frio a enregelar o corpo e às vezes a alma que se encasula para se proteger...ou para proteger alguém...pelo sim pelo não,agarra o tempo.Melhor que isso:não deixes que ele te fuja.Vive.
Bem conseguido, começando pelo facto das rimas não serem forçadas. Gostei especialmente da rima no mesmo verso "engulo poções etilenas em porções pequenas", chega a parecer uma canção.
Abraço []
Agradeço o interesse :)
quando se brinca com a vida há sempre versos que se tornam corriqueiros.
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