Foi só uma sopa primordial
A origem segundo dizem, segundo contaram.
Era o pequeno almoço de mais um dia sangrento.
O inferno resumido ao momento.
Vomitou-se o Homem
depois do seu redor - Comido e cuspido.
O corpo cresceu
A mente apodreceu
De doença, de descrença
De saudade da inocência,
De tanto seres tu ou eu
Ou ele
Ou a segunda pessoa do plural.
Os ossos quebram
A carne sangra e
A mente desfalece.
O jantar está na mesa mas alguém chora lá fora
No alpendre já demolido
Pelos rugidos de lobos intemporais, que somos
Quando já não queremos ser,
Ou andar no carrossel. Enjoa, enoja. Vomita-se o Homem.
As folhas caem no Outono
E hoje, só hoje.
Abatidos todos os seres que o destino ditou
Hoje e enquanto o destino ditar.
Amanhã são vários dias
E talvez o Outono.
As folhas vão pairar
Imóveis face ao cheiro da ditadura;
Do ter de ser, do ter de estar...
Assim.
Tudo vai permanecer
Tudo vai recomeçar.
O antes e o agora
E o depois talvez não queiram ser
Ou estar.
Foi só uma sopa primordial...
(E o resto permanece quase imóvel.
O Tempo faz-nos pequenos, ao hOMEM.)
3 comentários:
nao acho que o resto permaneça imóvel.. embora veja as coisas de 2 maneiras distintas: uma em q se move, nem q seja pela nossa noçao das coisas, e outra em que nao se move por parecer nao atingido com o sucedido; de qualquer maneira, vou pla primeira :)
traço-me enquanto eu.. e nunca mais......
expludo enquanto eu. expludo-vos enquanto cresço e não entendo...
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