sábado, junho 09, 2007

Morrer onde não quis ter nascido

Esta forma de estar é desconcertante.
Saberei eu o que é importante?
Viver ou guardar na memória
O calor do que já vivi?
Morrer talvez agora, só se for neste momento
neste auge do meu tormento.

Porque odeio toda a gente
quero amar quem não sei
percorra eu ruas ou galáxias seja
quem me dói ou me desdém.
Porque odeio e não suporto
nem a mim nem a ninguém.

Só eu sei o que não quero saber
Ou prolongar.
Só eu sei que o Passado me foi...
luz
Que o Passado me é
fado.

Tudo fluia e agora pergunto-me:
A que foz fui dar?
Não sei nadar nestas
Águas estagnadas saturadas
Ora quentes ora frias;
Nestes mesmos quatro cantos
Ou mar onde morro e onde não sei
ser salmão, e escapar;
Remar e remar corrente acima
E morrer onde nasci.

3 comentários:

Anónimo disse...

tenho uma única correcção a fazer à tua fantástica forma de expressar e escrever : qt aos salmões, eles vão contra a corrente para desovar :D sorry, I'm an ass :D
much luv***

psicotica disse...

Sim, fazem a desova e a seguir morrem.. o corpo cortado, as barbatanas rasgadas, os olhos e as brânquias infestadas de parasitas, mas é o objectivo último dos salmões (lá diz o "seu" destino). Ao menos morrem felizes.. i guess. *

Filipe disse...

Esta imagem é uma analogia tão completa...