terça-feira, dezembro 10, 2002

Brilhar

Tăo tarde vem
e tăo cedo vai.
Um auge de conscięncia que proporciona a perfeita noçăo de nós.
Tudo explica e faz sentido,
tudo flui..
desde anagramas a ligaçőes moleculares,
desde o que te fez crescer ao que te faz mover,
todas as influęncias, memórias, impulsos num só segundo de conscięncia e percepçăo.
E mesmo assim mantens a tua rota..
apagas e acendes como um candeeiro fundido e
re-acendes, e mantens o brilho pela noite fora.
A noite brilha..
e brilha..
e mantem-se eterna para aquele que dela tudo espera.
Mas muito mais tarde, tarde demais para ter plena noçăo..
Amanhece,
brilhar jamais será necessario
ate ao seguinte fim de dia.
Analiso todos os circuitos,
revejo todas as rotinas,
para nessa noite que vem
brilhar com mais alguem.

sábado, novembro 30, 2002

Todos pensam que algo lhes é devido, ninguem pensa q algo é devido ser dado.

quinta-feira, novembro 28, 2002

"Mas já năo consigo desejar nada, quero ter tudo imediatamente, enquanto posso saber que tenho, que possuo.. respiro o minimo possivel para ver se consigo adiar o meu proprio inferno.."

Al Berto

segunda-feira, novembro 25, 2002

Quem tem plena noçăo daquilo que é, e do que é capaz.. das duas uma:
Diz adeus ŕ auto-estima;
Diz olá ao mau gosto.
Incluam-se humanos somente.

domingo, novembro 24, 2002

when routine becomes your day by day partner,
a glance of all the things that can go wrong shines your left eye,
leaving a tear...
a message,
a lie.

sábado, novembro 23, 2002

Life doesn't suck, it just doesn't always rock.

Folha branca

A angustia de deixar uma folha em branco deixa-me doido.
Quero escrever, e escrever até que mais folhas năo hajam, e ai escreverei nas paredes, nos tectos, nos parapeitos e até na alma.
Quero traçar momentos e miragens, descrever paisagens.
Carimbar sorrisos e olhos ternos, emoçőes tristes que passam na rua.
Quero desenhar esta cidade que me rodeia com brilhos de tudo o que nela sinto, e muito mais.
Deslumbrar além do solo, além dos corpos, contemplar além da alma e além do céu, e escrever..
Escrever até mais năo poder, até que as folhas deixem de ser brancas para conter o tudo.
Que as paredes sejam estranhas pois brancas năo serăo, e todos os tectos e parapeitos.
E quando năo posso ou năo me permito é como que se morresse.
Năo imaginas,
Olhar-te nos olhos e saber, sem conseguir descrever..
Sentir a perfeiçăo pela janela e dizer adeus, esquecendo..
deixando as folhas brancas
folhas brancas, folhas lisas..
como a vida.

segunda-feira, novembro 18, 2002

It´s pointless to point out pointless actions.

sexta-feira, novembro 15, 2002

can you swallow my fears? taste innocence from my tears?

quinta-feira, novembro 14, 2002

"No espaço, os astronautas năo conseguem chorar, porque năo há gravidade para que as lágrimas possam escorrer!"

O mar

Tenho fome
e tenho frio.
Queres que te conte o que o mar sentiu?
Riu-se de mim
mas com inveja,
porque a grandeza que dele provém năo mata a solidăo
e timido sussurrou:
- sabes, ja estou farto de dançar
- quero ser pequeno mas ao menos poder sonhar.
Prolonguei-me estendido nas vastas e solenes danças da maré,
e o mar năo sofre..
mas tambem năo ama.

quarta-feira, novembro 13, 2002

Quero diluir a dor em lágrimas e chorar para sempre.

Confuso

será
será que estou rumando a dois destinos...
a duas fases que me dăo extremos.
serei doido?
o tentar compreender desafia-me
e vence-me em dois segundos.
tento conciliar o pensamento de ambas as pontas
e acabam embrulhados
pensamentos alheios, que năo pertencem, misturados.
ao chegar, descendo as escadas devagar
penso e tento perceber
que talvez as conclusőes n pertençam,
n deviam ser.
e sem que o tempo me perturbe
imovel face a este infinito silęncio
concluo que năo devia escrever,
rimas faceis, linha arcaica
tudo isto nao devia ser.

segunda-feira, novembro 11, 2002

Incrível

É incrivel como me voltaste a fazer sonhar..
Como me trouxeste energia a vida.
Sabes, és uma flor que eu colhi e eternizei
porque de alguma forma serás sempre um ponto brilhante no meu céu.

domingo, novembro 10, 2002

Paz na solidao

Está um calor abrasador.
A cama coberta de branco ganha vida, assim que Joao
recupera os sentidos..
Desorientado e deslocado, aparenta cansaço.
- Onde estou?
- Porque me doi bem fundo cá dentro? Porque?
Senta-se na sua cama, pensativo.
Em sofrimento..
Afagando as suas feridas chora. E diz ao céu que nunca mais será puro.. Nunca Joăo sentira a sua loucura ao rubro.
- Quero estar só.
- Quero esquecer que o dia ás vezes trás alegria.
- Năo quero sequer acreditar que há pessoas lindas.
Levanta-se e fecha a janela com violencia.
A forma mais simples de se esconder do mundo é cobrir o ambiente de negro, esse vasto véu de solidăo.
Respira ofegante (gemendo a sua dor) á medida que o escuro lhe proporciona aquele prazer temporario, alivio que tras calma.
- Joăo Joăo, nunca aprendes!
- A tua transparencia e pureza só te trás angustia e desilusăo.
- Foge Joăo, foge.. para bem longe, para onde possas voltar a fugir. Porque nunca será diferente.
Monologos atrás de monologos..
Perguntas atrás de perguntas.. sem resposta.
Joăo chora.. e cobre os lençois de abandono. Aninhado, foca o brilho de uma fotografia.
Inesperadamente grita, talvez porque voltou a pensar.
E neste quarto quase vazio, de janela fechada e sonhos enfraquecidos, o fumo de um cigarro é talvez
o que de mais vivo possa ter surgido.
Tremulo, saboreia o cigarro.
Lagrimas escorrem por entre o fumo e arrepiam.. săo metaforas e adjectivos, săo as gotas
de silencio que ecoaram semana fora, vida fora..
- É a indiferença, a falta de emoçăo..
Afirma indignado.
- Sois falso se escondes ou moderas teus sentimentos!
- Quero estar só.
- Sou uma pelicula de ridiculo, fragil e acabado. Choro por dentro pois sou fraco, desvinculado da realidade. Sim,
porque essa para mim já morreu.
O telefone toca e Joăo esconde o pensamento. Arremeça violentamente a origem deste som ensurdecedor contra a parede.
- QUERO ESTAR SÓ!
E chora.. quebra e mete as măos a cabeça.
- Sofro porque quero, e é por năo querer outra coisa..
- Serei janela trancada, janela que dá para o mar.
- Serei brisa matinal, que foge do tempo.
- Tudo para me compensar, para năo mais sofrer por amar.
Joăo acordou a querer morrer e já tăo cedo quer mudar..
Cigarro atras de cigarro, memoria atras de memoria.. passado que năo quer passar.
É cedo, o silencio apodera-se do quarto e o fumo já é imenso..
A cama encontra-se deslocada da sua posiçăo inicial. Fotografias rasgadas cobrem o chăo, brilhante.
Săo memorias que queriam ser esquecidas, irascívelmente destruidas.
Joăo adormece.. e vai murmurando..
- Quero estar só.. para mais năo sofrer.
- Quero estar só..
- Só..
Caindo no sono e na ilusăo (fragil contentamento), mal sabe Joăo que nunca será assim.
A paz emocional é temporaria e cativante e nunca.. nunca será diferente.
Pobre Joăo, só encontra paz na solidăo.

sábado, novembro 09, 2002

i'm out there.. looking for the sea, for the last drop of sky falling down on me..
"This world was never meant
For one as beautiful as you."

quinta-feira, novembro 07, 2002

(...) Quero ser virgula e ponto de exclamaçăo nesta frase da vida (...)
She doesn´t want me..
She just doesn´t want to loose me.

quarta-feira, novembro 06, 2002

Vazio

As vezes sinto-me tăo vazio..
Como que uma folha branca e vincada pela evidente passagem de uma borracha desenfreada..

E se ao menos houvesse dor, aquela dor intensa tăo imensa
E ai o branco passasse a preto sujo e feio.
E se ao menos fosse essa folha alvo de enigmáticas gotículas
Disfarçando os vincos com pontos de interrogaçăo
Despertando a alma, impulsionando a roldana que me faz mover.
Se ao menos năo houvesse vazio..
Tudo seria tăo facil, tăo quase pleno.
(...) O desejo carnal e a paixăo desse momento criaram uma magia que atrasou o tempo (...)
ain't rhymes the words i sell you
ain't feelings the way to grab you?

ain't rhymes so deceptive
automatic layouts of personality disorder
a way to write down yourself twice
dream of yourself twice as nice

and will i be able to touch you
hidden infinite place,
where i send my words
and tear down my feelings;
where i scream my life waiting for meanings,
..where i dream my self?

Adeus.

terça-feira, novembro 05, 2002

Tornar-me-ei falso muito cedo
Porque me mato..?
Nunca irei lançar e explodir as palavras que me explicam,
Aquelas que me convertem no eu mais simples e eterno..
aquelas que eu sou.
A conclusao pensada já me deixou desiludido
Opto pelo suicidio mental e deixo para trás a compreensăo.
E caso envergasse nessa fragil procura de rumo
Nessa metodologia que eu năo assumo..
morreria de certo, esgotado de alma.
Duplamente condenado,
Serei eternamente infeliz.
Mantenho-me fiel enquanto me for possivel suportar a visăo ao espelho.

segunda-feira, novembro 04, 2002

existem dois estados de espirito, aquele q n sentes e aquele q tentas compreender...
Olá folha. Sinto-me tentado a idiotizar esta primeira tentativa de contacto. Serei capaz?
Acabei de me transformar num sapo.. sinto-me bem e tenho noçăo que sou escorregadio o que se revela benéfico caso alguem me tente agarrar.
Voltei ao normal, năo conseguia teclar. Nem tăo pouco fumar um cigarrinho. Aliás, o maço de tabaco parecia uma, um.. assustei-me! Era grande!