quarta-feira, novembro 29, 2006

Inociencia

Porque a inocencia já se afogou
Nao volto a falar de amor.
A volátil fragilidade da entrega
morreu em curtos compassos
de uma musica que foi aventura:
Onde em vez de nos descobrirmos
Alcançámos algo perto de amar
E quando hoje, queremos amar
Encontramos algo perto de ser.
Vivemos ao contrário
Quando o mundo é linha recta.
E agora, nao mais que um circulo
Testamos remendos, vendemo-nos ideias.
A saliva torna-se ácida e banal
simplória e sentimental.
Nao nos permitimos redescobrir, reinventar,
esquecer. Tudo se assemelha a algo
E nunca algo será o tudo.
Somos projectos cansados, batidos
Somos crianças vividas, sem paz.
Somos crosta de ferida mais ou menos
dolorosa, bem ou mal sarada,
mas somos.
Nao nos estamos a criar
Estamos apenas a descobrir a ler
da forma que fomos escritos
e finalmente a perceber
que o tempo já passou, ja findou
esse tempo de nos inventar.

("Deixa-te levar pela criança que foste" - José Saramago.)

(O coraçao é uma criança mal comportada
que já só pode brincar na rua
com supervisao do cérebro.
)

quinta-feira, novembro 16, 2006

I've found myself only to realise I want to be lost again.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Leve

Escrever é a forma mais simples de estampar algo de nós
De explodir raiva e sentimento que acumula e pesa nas pernas.
Esta mochila cheia de tralha desnecessária
O acumulado de quimicos que me enche as veias
E me percorre, eu sinto.
Sinto enquanto caminho e tento ser leve
Levezinho.
Arrasto-me e anseio explodir
Libertar-me do passado e de todo o seu futuro.
O demasiado de ontem espera-me no amanha
E eu só quero viver até hoje.
(Levante a ancora meu capitao!)
Anseio
Anseio seguir
Muito leve
Levezinho.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Eu

Emolduro-me em fragmentos de sonhos q fui tendo
por cortantes arestas de razoes que nao entendo.