sábado, outubro 23, 2010

A NOÇÃO DE NÃO TER O QUE SE TEM REALMENTE NOÇÃO É A MAIS LIBERTADORA NOÇÃO QUE SE PODE REALMENTE TER.

Porque olho

Porque olho para ti e não vejo,
Sou agredido e não sinto.
Porque sussurras e não ouço
e toco mas não te palpo.

Porque a espera costuma doer.
Mas só dói quando se sente
Ou se percebe realmente.

Porque sinto mas não reajo
E não reajo porque me perco...

Demasiado nesta frase
Demasiado nesta vida!

Porque um dia tentei sonhar
era puto e não sabia
que talvez fosse mais fácil
Estar acordado e ignorar
Perder-me sem acordar

Para a vida,
e morte,
ou qualquer coisa entretanto.

Hoje em mim

Hoje fui atrás de mim
E corri, estiquei-me a ver se fugia.
Fui andando até que me perdi.

Hoje nasci, mamei, aprendi a andar
hoje fisguei, hoje bati em alguém.
Eu hoje cresci.

Corri e corri
sempre atrás de mim.

Hoje andei de bina em contra-mão,
eu hoje menti-te.

Fui andando
sempre atrás de mim.

Hoje eu corri tanto mas tanto
que me apercebi:
Quanto mais corro
mais quero parar.

Estou farto de andar para trás.

Sei sei

Porque não sou e nunca fui
pouco, ou menos do que alguma vez tentei.
Nunca me escondi do fracasso
que até sabe bem, por vezes, para entender.

Sei que não sou tudo que o meu corpo emana,
mas sou mais que o normal.

E também sei que sou especial.

Porque vejo as coisas de outros patamares
engordo, sorrio mas observo os milhafres que lá vão comer
poisar de vez em quando...

Sei que só vão de vez em quando.
Sei muita coisa...

Só não sei ser feliz!