sábado, novembro 01, 2014

Amor


Se o amor me for fiel
escreverei sobre isso. E não me resignarei
à impossibilidade de descrever paixão.

Faz falta à rotação da Terra
que haja amor.

Reúno a minha roupa e saio nu
Nessa praça de ideias cavas.

E esboço acanhado troço
mil linhas do amor do moço
vão formando uma bandeira.

Encarnada do amor e
de tréguas vai sendo branca.

Nessa praça de ideias cavas
dessa guerra que só tu travas
a ilusão é alavanca.
Porque eu sei o que só eu sinto
os outros é gente estranha
é por vezes brilho que entranha
neste caustico labirinto.

Não assumo que o amor é a continuidade do que, conscientemente, eu faço para me sentir feliz.
Não assumo que o amor é algo que se controla.

Amor é consequência.
Amor é uma doença que não espirra, sorri.
Doi e consome
e respira de ti o que há para expirar.

Não guarda nem reserva
E usa-te no pleno.
Faz-te velho e feliz
E justifica o oxigénio
que consomes.
E o teu impacto num mundo puro e de instinto.
É pelo amor que nascemos e é para o amor que vivemos
Nada mais.

Amor é respirar.
Amor é ser.