quinta-feira, dezembro 01, 2016

Retribuir

Porque é que tentamos sempre evitar que o melhor amigo fique longe de nós,
ou que fiquemos longe da nossa mãe numa situação de aperto,
do nosso pai quando ouvimos o ronco daquela moto pela primeira vez.
Corremos a seguir ou pedimos que nos sigam para que a vida faça sentido,
junto desses que nos completam. O caminho só é bonito se connosco trautear alguém.
Há todo um circulo que influencia a nossa vida, tal qual força gravitacional.
Mas quando nos vemos sem companhia, às vezes no meio de uma multidão, julgamos
necessariamente que estamos sozinhos. E esquecemos, tantas vezes esquecemos...
Que temos a única companhia que nunca nos largará:
A que não precisa de futuro, até hoje, do presente, no que foi e do passado, quando é.
A nossa.

É quando me vejo com companhia que tenho mais medo de estar sozinho.
De me esquecer ou diminuir, de esquecer de me retribuir.

Nunca o que pensaste

E se daqui a algumas décadas, nos confins do teu leito, o mundo te parecer claro e simples,
quando já não tens nada a perder, quer dizer que viveste bem e pleno do teu potencial.
Podes ressentir um perdão que não foi dado, está perdoado, ou uma viagem por fazer,
há que dizer, mas quando é clara e simples é longa e exemplar. É percurso para ficar.
No final o que conta não são as contas, são os sorrisos que tivémos para mostrar.
Se daqui a alguns anos, nos meandros da recordação, surgir o amor da tua vida
terás tempo para mais. Se olhares para trás sentirás.
Viveste o que viveste e nunca o que pensaste.